A pandemia de Covid-19 tem apontado para diversos desafios na medicina, que vão além do combate e da prevenção da infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Talvez, um dos reflexos desse cenário esteja relacionado à saúde mental no Brasil.

Mesmo antes da Covid-19, as doenças psiquiátricas eram cada vez mais frequentes, mas o debate sobre prevenção e tratamento somente vem ganhando espaço na última década. Antes disso, era um assunto relacionado à loucura e ao estigma.

Felizmente, as pessoas estão mais conscientes de que elas são patologias como quaisquer outras, ou seja, são resultados do adoecimento do corpo devido a fatores genéticos, contextos sociais adversos, maus hábitos (como tabagismo e alcoolismo), estresse e sobrecarga, além dos próprios eventos da vida. Quer saber mais sobre o assunto? Acompanhe!

O panorama da saúde mental dos brasileiros

Compreender a saúde mental no Brasil é um grande desafio, visto que os dados sobre a frequência e o impacto das doenças psíquicas na população são muito escassos. Infelizmente, ainda não há uma preocupação governamental para reunir informações sobre o assunto com estudos de larga escala.

Sabemos que nosso cenário deve ser muito parecido com os dados mundiais. Os números são possivelmente um pouco maiores para doenças que surgem em contextos socioeconômicos mais hostis.

Uma pesquisa focada na cidade de São Paulo mostrou que 20% dos participantes apresentavam sintomas positivos para o distúrbio de humor mais comum: a depressão.

As doenças mentais são um problema que todos sabem que está na nossa porta, mas ainda não há políticas de saúde pública bem definidas. Inclusive, os investimentos são cada vez menores.

Na rede privada, há uma preocupação crescente, especialmente nos planos de saúde que observam atentamente a saúde mental dos usuários. Há uma percepção de que, cada vez mais, as pessoas chegam aos médicos com queixas relacionadas ao estado psicológico.

O impacto da pandemia de Covid-19 na saúde mental

Há alguns fatores que predispõem a doenças mentais, como:

  • menos contato social com outras pessoas;
  • falta de uma rede de apoio;
  • pouca exposição ao sol;
  • sedentarismo;
  • má alimentação;
  • desemprego;
  • preocupações relacionadas a dificuldades financeiras;
  • medo de adoecer ou de perder entes queridos, entre outros.

De certa forma, a pandemia acaba trazendo vários deles à tona. O distanciamento social é um cuidado muito importante para a prevenção da Covid-19, mas traz alguns “efeitos adversos”. Ele faz com que não vejamos nossas famílias e amigos frequentemente, reduzindo nosso contato com nossa rede de apoios.

As suas consequências financeiras desencadeiam preocupações e dificuldades de acessar os bens mais essenciais para a saúde, como a alimentação. Além disso, muitas pessoas param de se exercitar e de tomar alguns minutos de sol todos os dias. Nesse sentido, alguns grupos estão ainda mais vulneráveis a doenças psíquicas.

Crianças

A infância é a fase em que o contato social é mais importante. Uma das necessidades básicas das crianças é a interação com amigos e com o mundo para o desenvolvimento pleno. As brincadeiras ajudam os jovens a extravasar a energia e a lidar com os próprios desafios.

A suspensão das aulas e a redução de contato com seus pares etários fazem com que as crianças fiquem mais predispostas à depressão e à ansiedade.

Idosos

Os idosos são o grupo que mais recebeu atenção durante toda a pandemia. A todo o momento, eles são expostos a informações sobre os riscos de consequências graves caso adoeçam de Covid-19. Isso faz com que eles se preocupem excessivamente, predispondo-os a transtornos do humor.

Além disso, o distanciamento pode desencadear um afastamento da rede de suporte que eles têm.

Os desafios de saúde mental no Brasil

Há vários desafios para a saúde mental, que vão desde a dificuldade de acesso à informação até os problemas assistenciais.

Conscientizar a população sobre as doenças mentais e sua prevenção

Muitas pessoas não sabem quais são as doenças mentais e os seus sintomas. Com isso, não são capazes de perceber que estão com um problema potencialmente grave, caso não seja tratado adequadamente. Nesse sentido, há informações importantíssimas, como:

  • a tristeza e a preocupação excessivas persistentes podem ser um sinal de que a saúde psíquica não vai bem;
  • o cansaço sem razão aparente, a perda de prazer em fazer atividades que sempre gostou ou a desmotivação no trabalho também são alertas do corpo para indicar que a mente precisa de cuidado;
  • alguns sintomas, como alucinações ou flutuações excessivas do humor, podem indicar doenças mentais graves;
  • pensamentos suicidas em que a pessoa chega a planejar como se mataria requerem uma consulta médica urgentemente.

A maioria das pessoas não sabe dessas informações.

A importância de um tratamento com multiprofissionais

As doenças mentais são condições extremamente complexas, portanto, podem exigir o acompanhamento por vários profissionais de saúde, como psicólogos, enfermeiros terapeutas ocupacionais, nutricionistas, fonoaudiólogos, farmacêuticos, entre outros.

Isso não significa que todas as pessoas diagnosticadas com algum transtorno psíquico deverão se consultar com todos esses especialistas. Na verdade, o tratamento deve ser individualizado para cada pessoa dentro de uma perspectiva de atenção integral à saúde.

Caminhos para o futuro da saúde mental

A saúde mental deve se tornar uma preocupação central nas políticas de saúde dos governos, das empresas e dos estabelecimentos de saúde privada.

Ao governo, cabe oferecer:

  • campanhas de conscientização sobre doenças psíquicas;
  • redes de acolhimento rápido e atendimento às pessoas que demandam cuidados médicos com a saúde mental;
  • equipes multiprofissionais suficientes para absorver o crescimento da demanda.

Às empresas, cabe:

  • implementar programas de incentivo a bons hábitos e à redução do estresse durante a jornada para evitar a perda de mão de obra e reduzir os custos com afastamento e acidentes de trabalho;
  • incentivar a medicina preventiva, com consultas médicas regulares e o fornecimento de planos de saúde que apresentam políticas e serviços focados na saúde mental.

Para melhorar a saúde mental no Brasil, é preciso que toda a sociedade se engaje. As pessoas precisam romper com os estigmas relacionados às doenças psíquicas, os serviços de saúde devem conscientizá-las sobre os cuidados preventivos, e o investimento público e privado deve crescer.

9 dicas de saúde mental

Na saúde mental, a promoção ao bem-estar e a prevenção são essenciais para evitar o adoecimento psíquico. Por isso, cultivar determinados hábitos saudáveis cria condições favoráveis para o funcionamento cerebral e, consequentemente, da mente.

Por exemplo, o simples hábito de se exercitar libera os chamados “neurotransmissores da felicidade”, — dopamina, endorfina e serotonina. Eles desencadeiam emoções e pensamentos relacionados à qualidade de vida e ao bom humor. Inclusive, os medicamentos da depressão e da ansiedade têm como objetivo aumentar a quantidade dessas substâncias.

Veja outras dicas que atuam nessa química do bem-estar:

  1. exercite-se regularmente — a dopamina liberada no processo pode ajudá-lo a vencer a desmotivação;
  2. ria mais — ao ato de sorrir envia um feedback para o cérebro que libera mais neurotransmissores da felicidade. Relembre e faça as atividades que divertem você; 
  3. mantenha a hidratação do corpo em dia — o cérebro é composto por mais de 70% de água e precisa dela para se manter saudável;
  4. se possível, tenha um animal de estimação — nosso cérebro tem uma conexão especial com os animais, estudos mostram que eles ajudam a manter a saúde emocional em ordem; 
  5. vá dançar — além de ser um exercício físico, a dança pode transformar o seu humor, pois também promove a interação com outras pessoas e com a arte. As conexões sociais são um fator de proteção contra o adoecimento psíquico; 
  6. saia para explorar o mundo — ver lugares novos e viver experiências diferentes cria novas conexões neurais; 
  7. escreva — faça um diário de seus pensamentos. Essa é uma técnica utilizada na psicologia cognitiva comportamental para que a pessoa se conecte mais consigo mesma e melhora seus insights para lidar com a vida; 
  8. pare de se envolver em muita coisa ao mesmo tempo — não coloque tanta pressão sobre si. O estresse é um dos maiores fatores de risco para o adoecimento mental; 
  9. fale sobre seu estado mental — abra-se para as pessoas de quem você gosta, pois parte do sofrimento psíquico acontece por emoções represadas e pela sensação de solidão.

Se, por mais que você adote essas medidas, você sinta constantemente que sua saúde mental está comprometida. O tratamento com um médico, acompanhado por equipes multiprofissionais é importante para recuperar o bem-estar.

Tratar a saúde mental envolve um time de diversos profissionais, como endocrinologistas, psiquiatras e diversas especialistas. Uma boa forma de promoção da saúde mental é oferecendo profissionais disponíveis na rede credenciada.

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